25 de nov. de 2016

#2

No peito que era teu eu fiz beliche, que é pra caber a mim e os medos. Na tua frente descansei os pés cansados e a risada quase falida, sorri com a força da vida e sorri por essa tarde, mas sorri mais por ter segurado tua mão e ter brincado com os teus dedos. Sorri a tarde inteira, e inteira eu me tornei ali. O mesmo prazer que sinto quando eu ofereço comida por educação e a pessoa rejeita, é mesmo prazer que sinto quando te vejo chegar: quando tu solta as bolsas e o casaco por cima do sofá e vai ouvir Radiohead no banheiro. O riso desaba na minha boca e o mormaço de paz vai encostando aos poucos, na gente, quando tu se vê com um ser desses, porque quando tu gosta de alguém é bem assim que funciona. Eu que sei. Tu bem sabe.

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