26 de dez. de 2016

Voz00015 (nota de voz)

Bom, eu tava procurando um jeito de extrair as minhas lembranças de um modo mais fácil, ou pelo menos de um modo onde eu conseguisse detalhar tudo que aconteceu porque eu gosto de detalhar as coisas, acho que isso torna meu trabalho mais fácil, mais intenso do que parece ser, né? Então achei, assim, eu já tinha esse mecanismo às mãos mas nunca experimentei de outra forma. Eu gravava algumas músicas, cantarolava algumas coisinhas, deixava salvo, mas eu nunca ESCREVI POR NOTAS, é... por notas de voz e... eu queria contar algumas coisas que eu tô sentindo através disso, pra acabar postando, escrevendo, porque eu acho que os detalhes saem bem mais rápidos e de forma fiel ao que realmente aconteceu.

Ultimamente eu tenho sentido saudade de uma pessoa e isso não significa necessariamente que eu goste dela, na verdade dá-se o contrário disso. É só falta. Eu acho que posso até dizer que isso é resultado de uma carência minha, carência externa, é... há coisas que estão acontecendo fora desse contexto, não exatamente dentro disso, e... talvez a falta dessa pessoa esteja presente ainda por conta dessas coisas que andam acontecendo externamente. E falar dela é um pouco difícil porque embora tudo tenha acontecido tão rápido, e por tudo ser tão novo ainda, eu não consigo lembrar muito de algumas coisas que antes lembrava com perfeição. Agora eu não consigo lembrar de muitos detalhes do que nós conversamos, do que nós fizemos, do que nós sentimos, ou do que só eu senti, e... ele foi uma pessoa muito (pausa) especial e que (pausa) em nenhum momento eu me senti, pelo menos no momento em que estava nos braços dele, de corpo presente mesmo, pele a pele, eu realmente não sentia falta de carinho porque ele não sabia dar ou porque ele não queria dar, é... eu senti porque... aliás, eu senti coisas, eu não senti nenhum tipo de ausência no momento em que ele estava comigo, porque existem pessoas que, embora elas estejam lá de corpo presente com você, você não se sente preenchida, e com ele eu realmente me senti preenchida, é... NOSSA, não consigo nem explicar o que foi, o que, o que foi que eu senti naquele instante, naqueles tempos, naquela semana e... eu não tenho do que reclamar, não dessa parte, e... tudo o que eu queria ele me dava nesse sentido de carinho, nesse sentido de afeto... eu não posso dizer que me faltou alguma coisa porque não faltou, eu acho que ganhei até mais do que merecia, eu acho que nem dei o tanto que ele precisava também mas eu dei o que estava conseguindo dar no momento (risadinhas). Bom, é... por enquanto é essa nota que eu vou digitar mais tarde, só essa porque é só o que tá vindo na minha cabeça, talvez mais tarde venha mais coisas. Já são quatro minutos de nota de voz e...  (pausa) talvez mais tarde apareça mais alguma coisa pra eu gravar e escrever.

20 de dez. de 2016

Não sei que título dar pra isso aqui

Essa é a primeira coisa que escrevo depois de me forçar a não escrever sobre você. E, pra ser sincera, depois do que houve, eu nem queria fazer isso, não porque não tinha o que contar porque, você sabe, tem demais. Mas, aqui estou, e, como em toda coisa que te escrevo, eu te deixo a saudade aqui exposta. Escancarada. Aberta. Devassada. Desabafada. Manifestada. Acessível. Presente. Notória. Nítida. Óbvia. Destapada. Franca. Declarada. Nesses últimos meses, mais exatamente no mês passado, tem sido fácil mantê-lo longe: eu faço colagens com jornais, invento sentimentos novos, colho flores na rua e me ponho pra dançar. Dentre todas essas coisas citadas, a pior delas é inventar o que sentir pra que o sentimento antigo seja submerso pelo novo da forma mais cruel possível. Por um tempo isso funcionou. Eu levei dias pra que as velhas lembranças fossem substituídas pelas novas e, por mais que isso fosse horrível, pois tudo quanto é novo assusta (e eu que sei), tinha que me sujeitar o pior pra ter uma sensação de estar no melhor. Entende isso? Causei um dano irreparável dentro de mim. Baguncei tudo pra me organizar outra vez. Escrevi TUDO isso só pra dizer que sinto saudade e que já não sei dissimular.

Nos meus escritos, já reparei que as palavras que mais saem são não sei, queria e você, se levar em conta apenas essas palavras em negrito e não a conjunção, vai descobrir que uma só frase resume, de todos os meus textos, o que intrinsecamente queria dizer mas que é muito difícil, MUITO chato (depois de tudo que tive que fazer pra te manter longe), admitir. É tão cansativo ter que evitar, eu tenho que mudar de canal quando a propaganda da VIVO começa e, sério, eu amo aquela propaganda. Aliás, aproveitando a deixa, as propagandas de telecomunicação, principalmente da VIVO, são muito lindinhas, ter que evitar isso me deixa muito triste, porém, olhando pelo que me sobra de racionalidade (ou pelo menos um fingimento de existência dela), ter que assisti-la me deixaria BEM mais.

Bem, eu pareço bem melhor do que estava e, não, não é nenhum fingimento. Não dessa vez. Eu verdadeiramente estou bem e feliz com o que fiz pra ter que superar o que consegui até agora, por mais que não tenha sido da forma mais honesta. Sentir sua falta são os 40% restantes, e isso é tão doloroso de um jeito que penso que é bem mais que 100% o que estou tentando enfrentar, me parece que ainda restam mais que 40%.

5 de dez. de 2016

#3

Não aguento mais falar sobre isso. Eu me odeio, nesse exato momento, por escrever, mais uma vez, sobre essa merda. Depois de tanto tempo, decidi sentar e falar sobre isso como uma garotinha corajosa. Que eu não sou. É tão estúpido insistir em... nessas coisas. Eu juro. Estou com vergonha de mim mesma e não sei como parar. Mas, além da vergonha, o sentimento de repudia a uma situação - a você - como essa é quase que palpável. Não consigo acreditar em como eu - você - me trouxe até aqui, olho pra mim e sinto vontade de dar risada pela piada que me tornei, pelo cenário grave da situação.
Sabe, não é amor, e talvez não tenha sido. Mas foi o mais próximo disso que consegui. Já deixou de ser e isso já discutimos. Mas não consigo sair do lugar. Por mais que ver você mil passos à frente de mim seja uma maneira cruel de tentar me impulsionar, meus pés insistem em ficar. Eu só provei disso uma vez e é como se a perfeição estivesse em você. Eu queria pelo menos dizer, pra ser menos humilhante, que não tentei, mas o pior é que, durante todo esse tempo, o que mais fiz foi tentar, e tentei me enganar de todas as formas possíveis. Eu sei que não acredita, mas, se pudesse, fazia com que eles falassem que só o que eu fiz foi fugir à procura do início. Não quero tornar isso mais imbecil do que já é, só que não acho outra maneira pra expressar minha indignação e raiva. E que raiva! Até furei o papel escrevendo "raiva" de tanta raiva que eu tenho de mim. Disso.
Hoje mais cedo eu caminhava pelo centro e todo mundo notou minha cara de tacho, alguns acharam que era sono, os outros só acertaram: eu estava triste. BIG NEWS! Andei o caminho inteiro de casa pensando no instante que eu fui realmente feliz e plena, pensei nos sentimentos puros e inocentes que nunca mais vou sentir. Sabe quando você tira uma foto e diz: "puta merda! nunca mais vou tirar uma foto tão bonita!" mas aí você acaba tirando? Então. Comigo ocorre diferente. Eu venero a primeira foto como se não fosse tirar outra igual porque, na verdade, eu não vou. Quero alguém que me faça melhor, que me ajude a ter sentimentos melhores e maiores porque, do contrário, sabe-se lá o que vai acontecer com esse âmbito da minha vida. Às vezes sinto vontade de abrir um buraco no meio da cidade e me enfiar dentro e sair só quando me sentir segura, depois de ter percebido que a tempestade havia passado. Sério, seria ótimo. Mas eu não sou nenhuma louca. Eu sou a garotinha corajosa a quem meu pai ama muito e não vou fugir disso. Isso é tão doentio de uma forma que escrevo imaginando que você vai ler. Me mata.

2 de dez. de 2016

Está sendo

Não queria ter que admitir. Eu meio que estou me esperneando só de pensar em ter que fazer isso. Porque, por mais que goste de estar assim, uma parte muito escondida - e oscilante - não gosta. Quer dizer, a sonsinha gosta. Ela adora, diga-se de passagem. E como todo sonso que se preze, paliar isso tudo é bem mais fácil. Mas aí esse lado se surpreende e gosta, gosta da sensação de finalmente... sentir. De ser humano e não um santo do pau oco.

As faíscas voam. E isso me faz lembrar de quando brincava de beyblade. A beyblade do meu adversário se chocava contra a minha, resultando em muitas faíscas bonitas. Elas chegavam à pele mas não doíam. A sensação era indolor por mais que parecessem que iam queimar. Era superhipermegablaster prazeroso ver os dois brinquedinhos se chocando e fazendo a festa. E eu me choquei. E estou queimando. Meus olhos, no momento, visualizam inúmeras faíscas. Essas desgraçadinhas amáveis.

Está sendo uma ótima época. Passo nas ruas, vejo as luzinhas de Natal anunciando a melhor época do ano! As branquinhas são as mais adoráveis e apaixonantes, me lembram que eu gostaria de estar exatamente dentro do abraço de alguém, ligando constelações e fazendo mais e mais faíscas surgirem entre dois corpos cansados. Me lembram um par de olhos lindos que eu gostaria de ficar fitando até corar. Está sendo. E eu estou feliz com isso. Por ele.

27 de nov. de 2016

B(ei)jo

Beijam por tesão, beijam por desejo, beijam por vontade exacerbada, mas muito raramente por amor. É o que vemos. É o que eu vejo. E eu sofro com isso. Não é como se eu já tivesse beijado só quem amasse, porque eu não sei como isso funciona. Digo, amor. Já beijei sem sentir vontade achando que o desejo surgiria ali dentro, na hora. Foi mais pra tirar umas coisinhas dentro da cachola. Você se liga com a pessoa e é como se fossem incompatíveis. Desligados. Desconectos. E, por mais que você esteja apaixonado, a coisa ocorre de forma deliberada. Beija porque... é apaixonado. Isso é tão vazio. Se apaixonar você se apaixona até pela Anne Hathaway. Mas amar... eu não vou nem falar nada. Beijar alguém que você ama deve ir além da nossa capacidade de entender. De imaginar. É como se duas pessoas se completassem em um simples ato físico, sem precisar de muito corpo, sabe? Sem precisar invadir o outro. Só vai. Só acontece. E esse beijo é feito com duas almas bem coladas, não adianta dois corpos estarem juntos se suas almas estão dispersas, distraídas. Elas devem estar agregadas, se acariciando e tornando aquilo mais prazeroso do que já é.
Pode soar careta, antiquado, retrógrado... pode soar da forma que acharem mais conveniente. Mas é beijo, gente. Ei! Não é porque todo mundo dá que ele não é mais importante. É um ato tão bonito que deveria se tornar um objeto pra ser guardado e preservado em um museu. Românticos incorrigíveis entendem. Não todos. Quer beijar? Beija! Com vontade, tesão, desejo, saudade, mas põe amor no meio! Ou melhor dizendo, BEM NO CENTRO, que a coisa vai além!

26 de nov. de 2016

Pra quem não chegou (ainda)

Eu não acho que já tenha amado bem como não acho que tenha sido amada e, apesar disso, eu prego o amor aos outros. Aos cansados e desacreditados de tudo. Mesmo não tendo sentido o que meus avós, há mais de 50 anos casados, conseguiram sentir e seguram isso até hoje como um tesouro, acabei conhecendo um Amor maior. Já bati tanto na mesma tecla, desejando ser amada por homens, desejando ser desejada e compreendida como se a minha sina fosse essa, que a decepção de não conseguir isso me levou ao próprio Amor.

Me maltratei e fiz coisas que são indizíveis, das quais me envergonho só de pensar, acabei me perdendo e não sabendo viver aquilo que me foi dado. Enquanto eu procurava amor por aí, me doando erroneamente, o próprio Amor já pulsava forte dentro de mim. Havia dias que claramente percebia isso, como ao acordar, sabe? Acordava, me deparava com o sol e acreditava. Mas havia dias que parecia escuro mesmo olhando pra o sol, mesmo ele iluminando os quatro cantos do meu quarto eu não conseguia ver, aquilo doía ainda que fizesse força pra que não.

Acho que não preciso fingir não acreditar mais, sim, eu fingi, cedi às mentiras e às frustrações, mas agora eu me sinto amada, e alguns conhecem por Quem, outros O negam mas continuam sendo amados na mesma intensidade. Sou amada pelo Autor do amor, minhas dores e frustrações me levaram a desacreditar disso e, pior, a desacreditar do próprio sentimento vivo. Preciso pedir desculpas às pessoas que passei a lição errada. Já me perdoei por ter passado meses a fio mentindo e agindo como se não precisasse do que eu chamava de bobagem. Mas não é bobagem. Eu ainda tenho medo, mas porque não conheci o verdadeiro amor ou alguém verdadeiro, porque só me contaram mentiras até então, porque adeus foi só o que eu soube dizer. Mas, ao conhecer o verdadeiro amor, o medo será lançado fora. Vou continuar acreditando porque há razões pra tal, razões essas que são bem raras hoje em dia, mas que fazem meu coração saltar e viver novamente.

Até conhecer o homem da minha vida e pai de uma menina parecida comigo muito possivelmente, eu confiarei em Deus, seguirei crendo piamente no que Ele planejou desde que entrei nesse mundo. Eu vou crer que há alguém por aí (ele pode estar lendo isso, aliás) que compreenderá o porquê de eu odiar sorvete de flocos uma vez que é quase uma paixão nacional. Ele vai esperar até estarmos prontos pra andarmos certo. Eu sentirei sua falta quando, vagarosamente, pensar no que eu fui, vou querer estar perto dele quando enxergar casais exalando amor pelas avenidas da cidade, estarei pensando nele até o achar e agradecer pela espera árdua, mas recompensadora. Estarei esperando, olhando através da chuva, tentando perceber o mais fraco sinal de que é hora de ver o sol. E, enquanto esse dia não chega, me salvarei, cuidarei do meu coração e da minha alma, segurarei firme nas mãos do Pai, esperando que ele O ame assim como eu O amo.

25 de nov. de 2016

#2

No peito que era teu eu fiz beliche, que é pra caber a mim e os medos. Na tua frente descansei os pés cansados e a risada quase falida, sorri com a força da vida e sorri por essa tarde, mas sorri mais por ter segurado tua mão e ter brincado com os teus dedos. Sorri a tarde inteira, e inteira eu me tornei ali. O mesmo prazer que sinto quando eu ofereço comida por educação e a pessoa rejeita, é mesmo prazer que sinto quando te vejo chegar: quando tu solta as bolsas e o casaco por cima do sofá e vai ouvir Radiohead no banheiro. O riso desaba na minha boca e o mormaço de paz vai encostando aos poucos, na gente, quando tu se vê com um ser desses, porque quando tu gosta de alguém é bem assim que funciona. Eu que sei. Tu bem sabe.