27 de nov. de 2016

B(ei)jo

Beijam por tesão, beijam por desejo, beijam por vontade exacerbada, mas muito raramente por amor. É o que vemos. É o que eu vejo. E eu sofro com isso. Não é como se eu já tivesse beijado só quem amasse, porque eu não sei como isso funciona. Digo, amor. Já beijei sem sentir vontade achando que o desejo surgiria ali dentro, na hora. Foi mais pra tirar umas coisinhas dentro da cachola. Você se liga com a pessoa e é como se fossem incompatíveis. Desligados. Desconectos. E, por mais que você esteja apaixonado, a coisa ocorre de forma deliberada. Beija porque... é apaixonado. Isso é tão vazio. Se apaixonar você se apaixona até pela Anne Hathaway. Mas amar... eu não vou nem falar nada. Beijar alguém que você ama deve ir além da nossa capacidade de entender. De imaginar. É como se duas pessoas se completassem em um simples ato físico, sem precisar de muito corpo, sabe? Sem precisar invadir o outro. Só vai. Só acontece. E esse beijo é feito com duas almas bem coladas, não adianta dois corpos estarem juntos se suas almas estão dispersas, distraídas. Elas devem estar agregadas, se acariciando e tornando aquilo mais prazeroso do que já é.
Pode soar careta, antiquado, retrógrado... pode soar da forma que acharem mais conveniente. Mas é beijo, gente. Ei! Não é porque todo mundo dá que ele não é mais importante. É um ato tão bonito que deveria se tornar um objeto pra ser guardado e preservado em um museu. Românticos incorrigíveis entendem. Não todos. Quer beijar? Beija! Com vontade, tesão, desejo, saudade, mas põe amor no meio! Ou melhor dizendo, BEM NO CENTRO, que a coisa vai além!

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