5 de dez. de 2016

#3

Não aguento mais falar sobre isso. Eu me odeio, nesse exato momento, por escrever, mais uma vez, sobre essa merda. Depois de tanto tempo, decidi sentar e falar sobre isso como uma garotinha corajosa. Que eu não sou. É tão estúpido insistir em... nessas coisas. Eu juro. Estou com vergonha de mim mesma e não sei como parar. Mas, além da vergonha, o sentimento de repudia a uma situação - a você - como essa é quase que palpável. Não consigo acreditar em como eu - você - me trouxe até aqui, olho pra mim e sinto vontade de dar risada pela piada que me tornei, pelo cenário grave da situação.
Sabe, não é amor, e talvez não tenha sido. Mas foi o mais próximo disso que consegui. Já deixou de ser e isso já discutimos. Mas não consigo sair do lugar. Por mais que ver você mil passos à frente de mim seja uma maneira cruel de tentar me impulsionar, meus pés insistem em ficar. Eu só provei disso uma vez e é como se a perfeição estivesse em você. Eu queria pelo menos dizer, pra ser menos humilhante, que não tentei, mas o pior é que, durante todo esse tempo, o que mais fiz foi tentar, e tentei me enganar de todas as formas possíveis. Eu sei que não acredita, mas, se pudesse, fazia com que eles falassem que só o que eu fiz foi fugir à procura do início. Não quero tornar isso mais imbecil do que já é, só que não acho outra maneira pra expressar minha indignação e raiva. E que raiva! Até furei o papel escrevendo "raiva" de tanta raiva que eu tenho de mim. Disso.
Hoje mais cedo eu caminhava pelo centro e todo mundo notou minha cara de tacho, alguns acharam que era sono, os outros só acertaram: eu estava triste. BIG NEWS! Andei o caminho inteiro de casa pensando no instante que eu fui realmente feliz e plena, pensei nos sentimentos puros e inocentes que nunca mais vou sentir. Sabe quando você tira uma foto e diz: "puta merda! nunca mais vou tirar uma foto tão bonita!" mas aí você acaba tirando? Então. Comigo ocorre diferente. Eu venero a primeira foto como se não fosse tirar outra igual porque, na verdade, eu não vou. Quero alguém que me faça melhor, que me ajude a ter sentimentos melhores e maiores porque, do contrário, sabe-se lá o que vai acontecer com esse âmbito da minha vida. Às vezes sinto vontade de abrir um buraco no meio da cidade e me enfiar dentro e sair só quando me sentir segura, depois de ter percebido que a tempestade havia passado. Sério, seria ótimo. Mas eu não sou nenhuma louca. Eu sou a garotinha corajosa a quem meu pai ama muito e não vou fugir disso. Isso é tão doentio de uma forma que escrevo imaginando que você vai ler. Me mata.

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